quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Vivendo no surrealismo

*Quero pedir ao leitor desculpa pela falta de acentos nas palavras do meu texto. O meu teclado surtou (deve ser por causa de virus). Quando teclo em algum acento ocorre isso: ^^´´


Influenciado pelos estudos psicanaliticos de Freud, o surrealismo nasceu na decada de 20 como corrente artistica da representaçao do irracional e do subconsciente. Qualquer manifestaçao artistica surgia de uma imaginaçao livre, sem freio do espirito critico. O que valia era o impulso psiquico, a emoçao mais profunda do ser que tem todas as possibilidades de se expressar e fazer com que a razao humana perca o controle.
No capitulo "A poesia revoltada", do livro "O homem revoltado", Albert Camus cita essa corrente artistica, a partir dos pensamentos de um dos maiores escritores da epoca: Andre Betron. Camus denomina o surrealismo de "evangelho da desordem". Ele conta que os surrealistas acreditavam poder exaltar o assassinato e o suicidio. Na pagina 117, Albert diz que Betron afirmava que o ato surrealista mais simples consistia em descer a rua, com revolver em punho, e atirar ao acaso no meio da multidao. "Para quem recusa qualquer outra determinaçao que nao a do individuo e de seu desejo, qualquer primado que nao o do inconsciente, isso equivale na verdade a revoltar-se simultaneamente contra a sociedade e a razao. A teoria do ato gratuito e´ corolario da reivindicaçao de liberdade absoluta. O impeto da vida, o arrebatamento do inconsciente, o brado do irracional sao as unicas verdades puras, que e´ preciso proteger. Tudo aquilo que se opoe ao desejo, e principalmente a sociedade, deve ser destruido sem piedade."
Avaliando o pensamento de Camus, pude constatar que o surrealismo esta muito presente em nosso cotidiano. Ha crimes que nao se explicam. Outros podem ate ter motivos, mas acabam sendo banais. No domindo passado, um rapaz de 20 anos (torcedor do Atletico) foi morto, depois de ser baleado em um ponto de onibus, em Belo Horizonte. Ele aguardava o onibus, junto a outras pessoas, para ir ao Mineirao assistir ao classico Atletico e Cruzeiro. Dois rapazes, de moto, ao passar pelo local atirou contra as pessoas no ponto. O atleticano levou um tiro no pescoço e faleceu. Um outro ficou ferido. Os assassinos nao foram pegos. Nao ha indicio de vingança. Ou seja, os cruzeirenses nao conheciam as pessoas que estavam no ponto, provavelmente nao tinham nada contra elas, acredito que tinham contra a camisa atleticana. Mas a questao e que atiraram por atirar, mataram por matar. Agiram por impulso, de forma irracional, assim como os surrealistas.

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