quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Radiohead no Brasil


"Quem pode, pode; quem nao pode, se sacode". Resta-me sacodir. Os fas mais espertos da Radiohead ja garantiram seus ingressos para os shows da banda no Brasil. Os brothers Arlinho e Branco estao de posse das entradas (em formato de cartao de credito) para a apresentaçao dos ingleses no dia 22 de março, em Sao Paulo. A outra ocorrera dois dias antes, no Rio de Janeiro. O preço salgado do ingresso, de R$200, nao foi motivo para impedir alguns fas de seguirem longa viagem rumo a Sao Paulo ou Rio de Janeiro. Houve pessoas que nao agradaram do preço, como foi o caso de um brasileiro que chegou a enviar uma carta para o vocalista da Radiohead, Thom Yorke, reclamando da situaçao. Muitas acharam justo o preço e outras ate barato devido a importancia da banda para elas. Enfim, a expectativa dos fas e de shows espetaculares. Os "cabeças de radio", que se apresentarao pela primeira vez no Brasil, ja ate exigiram um espaço para uma meditaçao, antes de cada show. E melhor os fas irem preparados para uma viagem musical.


Obs: Meu teclado continua estragado. Desculpa, leitores, pela falta de acentos nas palavras. Estou esperando meu irmao Branco vir a Formiga para conserta-lo.


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Vivendo no surrealismo

*Quero pedir ao leitor desculpa pela falta de acentos nas palavras do meu texto. O meu teclado surtou (deve ser por causa de virus). Quando teclo em algum acento ocorre isso: ^^´´


Influenciado pelos estudos psicanaliticos de Freud, o surrealismo nasceu na decada de 20 como corrente artistica da representaçao do irracional e do subconsciente. Qualquer manifestaçao artistica surgia de uma imaginaçao livre, sem freio do espirito critico. O que valia era o impulso psiquico, a emoçao mais profunda do ser que tem todas as possibilidades de se expressar e fazer com que a razao humana perca o controle.
No capitulo "A poesia revoltada", do livro "O homem revoltado", Albert Camus cita essa corrente artistica, a partir dos pensamentos de um dos maiores escritores da epoca: Andre Betron. Camus denomina o surrealismo de "evangelho da desordem". Ele conta que os surrealistas acreditavam poder exaltar o assassinato e o suicidio. Na pagina 117, Albert diz que Betron afirmava que o ato surrealista mais simples consistia em descer a rua, com revolver em punho, e atirar ao acaso no meio da multidao. "Para quem recusa qualquer outra determinaçao que nao a do individuo e de seu desejo, qualquer primado que nao o do inconsciente, isso equivale na verdade a revoltar-se simultaneamente contra a sociedade e a razao. A teoria do ato gratuito e´ corolario da reivindicaçao de liberdade absoluta. O impeto da vida, o arrebatamento do inconsciente, o brado do irracional sao as unicas verdades puras, que e´ preciso proteger. Tudo aquilo que se opoe ao desejo, e principalmente a sociedade, deve ser destruido sem piedade."
Avaliando o pensamento de Camus, pude constatar que o surrealismo esta muito presente em nosso cotidiano. Ha crimes que nao se explicam. Outros podem ate ter motivos, mas acabam sendo banais. No domindo passado, um rapaz de 20 anos (torcedor do Atletico) foi morto, depois de ser baleado em um ponto de onibus, em Belo Horizonte. Ele aguardava o onibus, junto a outras pessoas, para ir ao Mineirao assistir ao classico Atletico e Cruzeiro. Dois rapazes, de moto, ao passar pelo local atirou contra as pessoas no ponto. O atleticano levou um tiro no pescoço e faleceu. Um outro ficou ferido. Os assassinos nao foram pegos. Nao ha indicio de vingança. Ou seja, os cruzeirenses nao conheciam as pessoas que estavam no ponto, provavelmente nao tinham nada contra elas, acredito que tinham contra a camisa atleticana. Mas a questao e que atiraram por atirar, mataram por matar. Agiram por impulso, de forma irracional, assim como os surrealistas.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

The White Stripes está de volta


Depois de ficar por mais de um ano separados, Jack e Meg White voltarão a se apresentar como "os litras brancas". O show está marcado para a próxima sexta-feira, no programa americano "Late Night With Conan O'Brien". Ainda não se sabe quais músicas irão compor o repertório da dupla, mas alguma novidade é esperada para a apresentação. O último show da White Stripes ocorreu em setembro de 2007, quando uma turnê inteira acabou sendo cancelada devido à crise de ansiedade da baterista Meg.


Ontem, vi pela "Globo" a propaganda do primeiro CD da Banda Little Joy, formada pelos brasileiros Fabrízio Moretti e Rodrigo Amarante e a americana Binki Shapiro. Recém-criada, a banda se apresentou dias atrás no Brasil e parece já ter virado sensação por aqui. Pelo que li na web, o público brasileiro vibrou com os shows do trio. Não presenciei, mas pelo youtube não vi nada demais nas músicas nem no grupo. É mais uma banda indie, que canta em inglês (claro, há uma americana e um brasileiro-americano no grupo) e tem um som na maioria das vezes calminho, que dá até sono. O trio disse que queria fazer um som que não remetesse a nada do que haviam feito até então. Mas o som deles me remeteu ao dos Los Hermanos, banda que Rodrigo fez parte. A voz doce de Binki é parecida com a da Nico, da Velvet, e as canções me fizeram lembrar até de Malu Magalhães. Eles parecem misturar um pouco de bossa nova nas músicas (percebi pelo som do violão). Não que eu não goste de bandas do estilo da Little Joy, mas acho ridícula a atitude dos brasileiros em relação a esses grupos que mal se formaram e já viram sensações por aqui. É uma "pagação de pau". Há no país inúmeras bandas que fazem músicas parecedíssimas com as da Little Joy. Só que não viram sensações porque não contam com uma estrangeira, um stroke e um hermano na banda. Pobres diabos!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

'Cansei da crise'


Alguém tem um assunto melhor para conversar? Que não nos cause medo e desânimo, por favor. A qualquer hora, em qualquer lugar e com qualquer pessoa o assunto sempre chega: crise econômica mundial. O tema virou moda no mundo e, pelo andar da carruagem, vai ser pautado ainda nas próximas estações do ano. A esperança dos otimistas é de que a crise acabe logo (“a partir de março as coisas melhoram”, dizem), mas os mais pessimistas acreditam que levaremos alguns anos para levantarmos desse ringue. O nocaute foi forte e já derrubou milhões de trabalhadores no mundo.
Na minha cidade de 67 mil habitantes, já ouvi falar sobre a crise em ponto de ônibus, em salão de beleza, no trabalho, em casa, em boteco, na casa de amiga, na padaria e no mercadinho perto da igreja do meu bairro. Quando não presencio ou até participo das conversas, sou chapada por inúmeros noticiários (TV, jornal e web) sobre a crise mundial. Ela pode ainda não ter prejudicado financeiramente alguns brasileiros, mas afetou a mente de todos.
A última notícia que li foi que o nível de endividamento do paulistano caiu. O motivo? Os consumidores estão mais cautelosos em razão dos efeitos da crise. Pois é, a danada virou bicho-papão. Está assustando todo mundo. Por causa dela, o seguro-desemprego passará de cinco para sete meses. Claro que a regra vale só para os trabalhadores dos setores produtivos mais afetados pela capetinha e para aqueles que tenham ficado desempregados a partir de dezembro do ano passado. A medida foi honesta, em vista da quantidade de famílias que dependem do salário desses trabalhadores para sobreviverem.
O Brasil é ainda um dos países menos afetado pela diabinha. Ele conta com um presidente de discurso “nunca na história deste país” que se mostra corajoso para enfrentar a crise. Em qualquer lugar que vai injeta esperança nos brasileiros, para dias sempre melhores. Um dos últimos discursos otimistas dele ocorreu no Encontro Nacional dos Novos Prefeitos e Prefeitas: “Cortaremos o batom da dona Dilma [chefe da Casa Civil], cortaremos o meu corte de unha, mas não cortaremos nenhuma obra do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] neste país.”
Isso significa que as obras do PAC vão resistir à crise mundial. Vamos esperar para ver. Enquanto essa nuvem cinza fica sobre as nossas cabeças, vamos seguir o exemplo dos paulistas e “apertar o cinto”. Já estou farta da crise, menos do rock and roll.