quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

'Cansei da crise'


Alguém tem um assunto melhor para conversar? Que não nos cause medo e desânimo, por favor. A qualquer hora, em qualquer lugar e com qualquer pessoa o assunto sempre chega: crise econômica mundial. O tema virou moda no mundo e, pelo andar da carruagem, vai ser pautado ainda nas próximas estações do ano. A esperança dos otimistas é de que a crise acabe logo (“a partir de março as coisas melhoram”, dizem), mas os mais pessimistas acreditam que levaremos alguns anos para levantarmos desse ringue. O nocaute foi forte e já derrubou milhões de trabalhadores no mundo.
Na minha cidade de 67 mil habitantes, já ouvi falar sobre a crise em ponto de ônibus, em salão de beleza, no trabalho, em casa, em boteco, na casa de amiga, na padaria e no mercadinho perto da igreja do meu bairro. Quando não presencio ou até participo das conversas, sou chapada por inúmeros noticiários (TV, jornal e web) sobre a crise mundial. Ela pode ainda não ter prejudicado financeiramente alguns brasileiros, mas afetou a mente de todos.
A última notícia que li foi que o nível de endividamento do paulistano caiu. O motivo? Os consumidores estão mais cautelosos em razão dos efeitos da crise. Pois é, a danada virou bicho-papão. Está assustando todo mundo. Por causa dela, o seguro-desemprego passará de cinco para sete meses. Claro que a regra vale só para os trabalhadores dos setores produtivos mais afetados pela capetinha e para aqueles que tenham ficado desempregados a partir de dezembro do ano passado. A medida foi honesta, em vista da quantidade de famílias que dependem do salário desses trabalhadores para sobreviverem.
O Brasil é ainda um dos países menos afetado pela diabinha. Ele conta com um presidente de discurso “nunca na história deste país” que se mostra corajoso para enfrentar a crise. Em qualquer lugar que vai injeta esperança nos brasileiros, para dias sempre melhores. Um dos últimos discursos otimistas dele ocorreu no Encontro Nacional dos Novos Prefeitos e Prefeitas: “Cortaremos o batom da dona Dilma [chefe da Casa Civil], cortaremos o meu corte de unha, mas não cortaremos nenhuma obra do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] neste país.”
Isso significa que as obras do PAC vão resistir à crise mundial. Vamos esperar para ver. Enquanto essa nuvem cinza fica sobre as nossas cabeças, vamos seguir o exemplo dos paulistas e “apertar o cinto”. Já estou farta da crise, menos do rock and roll.

4 comentários:

  1. Jú, q lindo!
    seu texto está muito bom.
    Eu tbém já estou saturada desse discurso de crise mundial.
    Falar sobre o assunto só piora as coisas,as pesoas ficam com medo de tudo.
    Além do mais causa depressão .
    Vânia.

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  2. Oi vizinha, bem-vinda
    a crise virou a desculpa ou razão para todos os assuntos. Vai do papo intelectual ao papo corriqueiro, do tipo: "e o tempo hoje, que coisa", "e essa crise hem, que coisa." Beijos, Thiago

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  3. Jú, muito bom seu texto, atual. sem contar das especulações que rolam no mundo business. Gostei do seu blog. Acho que já passava da hora para quem é jornalista. O nome é criativo e muito sujestivo. Abraço.
    Warlen

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  4. ops... sugestivo!!!
    warlen

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